É preciso desvincular a ideia de que o repouso proverá alívio da dor. É importante que o paciente coloque seu corpo em movimento.
Por: Por Saul Martins Neto - Fisioterapeuta do Centro Reabilitação do SESI Vila Leopoldina
02/02/202116:00- atualizado às 16:00 em 02/02/2021
A dor continua sendo uma das grandes preocupações da humanidade. E é uma expressão que varia de um indivíduo para o outro e, também, de acordo com as diferentes culturas. Trata-se ainda de um mecanismo de defesa do organismo, avisando que algo não vai bem no nosso corpo.
De acordo com a International Association for the Study of Pain (IASP) e com a Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, ambas de 2020, a Dor por definição é uma “Experiência sensitiva e emocional desagradável, associada, ou semelhante àquela associada, a uma lesão tecidual real ou potencial”.
Existem basicamente dois tipos de dor, que podem ser experimentas pelos pacientes. A dor aguda que significa algo intenso, afiado, repentino. Normalmente ocorre após algum trauma, acidente ou decorrente de procedimento cirúrgico, e a dor crônica, que é uma situação recorrente e quando for permanente por mais de três meses. Normalmente o único sintoma da doença é a própria dor.
Existem alguns gatilhos que amplificam as queixas de dor, como o estilo de vida, nossas emoções frágeis, os pensamentos pessimistas, vivências de sofrimento, costumes, dentre outros. É comum experimentarmos uma ou mais dessas características, que acabam influenciando na incidência, na frequência e até mesmo na intensidade da dor.
Esta ocorrência vem crescendo, especialmente quando falamos de dor crônica, talvez em decorrência de novos hábitos de vida, maior longevidade da população, prolongamento de sobrevida de doentes com afecções fatais, modificação do ambiente que vivemos, reconhecimento de novos quadros dolorosos e aplicação de novos conceitos que traduzem seu significado.
Além de gerar todo esse estresse físico e emocional para os doentes e para seus cuidadores, a dor é razão de um grande fardo econômico e social para a sociedade. Não existe um protocolo específico para tratar dor crônica. O que existe é um caminho que criamos com uma tríade de Movimento, Educação e Auto Responsabilidade para que o paciente siga firme.
É importante que o paciente coloque seu corpo para se mover. É preciso desvincular a ideia de que o repouso proverá alívio da dor. Esse é um passo muito importante para o sucesso de qualquer tratamento de dor. Todo paciente precisa entender sobre seu quadro e de que maneira ele atinge seu organismo. Cada pessoa é de um jeito e cada um tem sua própria realidade (física, emocional e social). E por fim, a auto responsabilidade ocorre após esse entendimento por parte do paciente e o coloca no protagonismo do problema, facilitando assim o tratamento e diminuindo os riscos a que ele pode se expor.